Ele vai de moto e ela vai de carro

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Uma blusa, uma calça, um sapato e pronto! Leonardo, que vai de moto, estaria pronto para pegar um buzu. Já Carime, linda e muito bem vestida, não poderia ir de buzu. Pelo menos não em Salvador, que é a realidade que eu conheço. Não pelo vestido, que está ótimo, mas por causa do salto. Eu sempre bato nessa tecla. Salto alto e fino não combina com quem tem que pegar ônibus. É desconfortável, pode enganchar nas pedrinhas da calçada, e pode torcer o pé. A bolsa, linda, por sinal, não é segura. Um pivete pode passar e arrancar da mão fácil, fácil. 

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Às vezes, penso que ser homem é mais fácil que ser mulher. Tudo para eles é simples. Não precisam se maquiar, não usam salto, nem bolsa, não precisam passar horas na frente do armário escolhendo a roupa que vai usar no dia seguinte, não se preocupam com hidratação de cabelo, não retocam luzes, não fazem depilação, não precisam ficar fazendo unha toda semana, podem usar o mesmo terno em várias ocasiões diferentes, enquanto nós, se usarmos o mesmo vestido, nas fotos, vai parecer que fomos a uma festa só. Sem contar que sempre tem aquela uma que repara e comenta que você só tem aquele vestido (o que é uma prova de que nos arrumamos para outras mulheres). Não é que eu ligue para o que as outras vão dizer. É uma questão de autoestima. Queremos estar sempre lindas, onde quer que estejamos.

Ser mulher dá um trabalhão, mas eu acho uma delícia e não troco por nada. Se eu tivesse nascido homem, certamente, seria uma bicha, daquelas bem afetadas.