quarta-feira, 12 de junho de 2013

Dia dos namorados. Vai que...

Boa tarde pra você que pegou o buzu lotado de manhã cedo, cedeu o lugar para uma idosa, porque os assentos reservados aos idosos estavam ocupados por gente folgada e sem noção que não respeita o espaço dos outros.

Boa tarde pra você que está toda felizinha e saltitante pensando no que vai usar para arrancar o fôlego do bofe mais tarde e pra você que vai coar o café na calcinha para aquele bonitão cujo coração está doidinha para fisgar. Boa tarde pra você que não vê a hora de chegar logo amanhã, para fazer trezentas mil promessas a Santo Antônio, colocar o bichinho de cabeça pra baixo no sal grosso (eu já coloquei) e amarrar o nome da próxima vítima na boca do sapo pra ver se desencalha. Boa tarde pra você que foi contemplada com um namorado e pra você que terminou o namoro há menos de um mês, mas acabou de se reconciliar com o gato. Sortuda, hein?

Pra você que já perdeu as esperanças, boa tarde também. Mas é bom que saiba que o mundo não acabou e que, quando "menos esperar", nocauteia o coração daquele gato bem lindão que você está de olho há anos, mas que nunca te deu bola. Boa tarde pra você que não aguenta mais ouvir as pessoas dizerem essa ladainha do "quando menos esperar", porque você já anda menos esperando há anos e até agora nada.

O boa tarde também pra você que terminou o namoro há pouco tempo e sabe que sempre vai ter uma colega sem noção que, mesmo sabendo disso, vai te perguntar o que você vai fazer hoje à noite, dia dos namorados, só pra ter o gostinho de te ouvir dizer que vai ficar em casa vendo TV. Não se aflija, minha amiga. Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima, escolha um vestido bem lindo, sexy e feminino (vai que aparece um gatinho no buzu) e sambe na cara dela. Se ela fizer a pergunta maldita, diga que vai dar a noite toda, até esgotar o kama sutra, para aquele bofe que você conheceu na semana passada (mesmo você não tendo conhecido ninguém). Ela não precisa saber que você vai mesmo ficar em casa, estirada no sofá, vendo Amor à Vida, acompanhada de um balde de pipoca, uma panela de brigadeiro e dois litros de coca-cola 

E, na esperança de encontrar meu príncipe encantado, minha cara-metade, o parafuso da minha rosca, a metade da minha laranja, o sapato velho para os meus pés cansados, no ponto de ônibus ou, dentro do buzu, no assento ao lado, escolhi um vestido floral, de mocinha recatada e bem romântico, que eu paguei 15 reais no brechó, porque essas coisas acontecem quando a gente "menos espera". Vai  que...

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