terça-feira, 9 de julho de 2013

Feito sardinha

Quem chega atrasado no trabalho porque fica esperando passar um buzu vazio levanta a mão. Hoje cedo tive que ir à rodoviária resolver umas coisinhas. Pegar o buzu pra lá foi bem tranquilo, porque a maioria dos que passa aqui na Paralela, passa pela rodô. O problema todo foi a volta. Primeiro porque atravessar aquela passarela até o Iguatemi, às 8h da manhã, não é de Deus. Se você reclama do engarrafamento no trânsito, experimente atravessar essa passarela em horário de pico. É engarrafamento de gente, a ponto de você ficar alguns minutos parada, esperando abrir uma brecha para conseguir passar. E para quem tem medo de cair lá em baixo, no meio dos carros, como eu, essa travessia é ainda mais dramática. Imagine você que, hoje, em meio ao congestionamento humano, fiquei prensada entre um monte de gente e a grade da passarela. Pense num gelo? Me tranquei toda (não entrava nem uma agulha), com medo de me desequilibrar e cair, porque aquelas grades são baixas e eu sou grande. Um cara percebeu e me deixou apoiar no seu braço. Graças a Deus!

Chegando ao Iguatemi, para a minha alegria, sã e salva e um pouco pálida, deparo-me com o ponto de ônibus lotado. Alguém já viu aquele lugar vazio? Eu nunca. Só não tirei uma foto porque não queria correr o risco de ter meu celular, que ainda nem terminei de pagar, furtado. 

Passou um ônibus, dois, três. Todos abarrotados. Gente saindo pela janela. Resolvi esperar um vazio, até porque, pra variar um pouquinho, o trânsito estava daquele jeito gostoso que nós, aqui em Salvador, conhecemos bem. Nesse contexto, dez minutinhos a mais não fariam muita diferença, apesar que, àquela altura do campeonato, quase 9h, eu já deveria estar no trabalho. Finalmente, a linha Pau da Lima. Buzu vaziinho, vaziinho, do jeito que a gente gosta. Maravilha! O motorista parou bem na minha direção, de modo que eu fui a primeira a entrar e escolher meu lugarzinho. Foi o tempo de guardar o troco na bolsa e, quando levantei a cabeça, o buzu já tava lotado. Pensei logo no drama que seria para descer no meu ponto.

Hora de descer. Mesmo pedindo licença, tentando ser educada, evitando, sem sucesso, passar esfregando nas pessoas ali espremidas, o que eu fui obrigada a ouvir? "Não tá vendo que não tem como passar, minha filha? Pronto. Era o que estava faltando para começar a confusão. O cara atrás de mim brigando, porque ele queria descer e eu estava atrapalhando a passagem, o outro na minha frente reclamando que não tinha como eu passar e eu, com minha cara de cu, sem saber o que fazer, levei logo um empurrão e só não caí porque fui amortecida pelas pessoas que estavam na minha frente. 

O buzu parou, eu ainda entalada, tentando descer e, quando o motorista ia arrancar, eu gritei, pela primeira vez, em quatro anos pegando buzu em Salvador: Peraê, motô! A véia, que ainda não tinha entrado na briga, reclamou que não tinha o dia todo pra ficar esperando a "patricinha". Um rapaz gritou: empurra! E eu empurrei. Finalmente, depois desse parto, sobrevivi e desci. Ufa! Pense num calor? Cheguei a transpirar, o que é raro de acontecer comigo. Para a minha sorte, a chuva ainda não havia chegado até a Paralela e, no trajeto até a repartição, pude me refrescar. Sorte maior foi ter um desodorante dentro da bolsa. E foi assim que meu dia começou. 

E você ai, sozinha no seu carro, ar condicionado ligado, rádio metrópole sintonizada, reclamando do trânsito e do calor. Tá bom pra você?

Depois dessa emocionante aventura, fiquem com look bus de hoje, que já não está mais tão arrumadinho como nas fotos, porque elas foram tiradas antes de eu sair de casa.

Cabelinhos pregados na nuca ao vento, fui!


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