terça-feira, 22 de outubro de 2013

Vingança é um prato que se come quente

Boa tarde pra você que pegou o intermunicipal às 22 horas e enfrentou oito deliciosas horas de viagem até o interior. Cheguei em casa às seis da manhã, tendo que estar na repartição às oito. Se eu conseguisse dormir durante a viagem, até que não seria de todo mal. Ao menos consegui sentar na poltrona da frente e pude esticar bem minhas pernas - e amassar as pernas da moça que, na ida, amassou as minhas sem dó nem piedade.

Na sexta-feira, na ida para Salvador, uma moça sentada na minha frente, mais folgada que macacão de palhaço, abaixou sua poltrona até o fim e minhas pernas foram espremidas a viagem inteira (desci do ônibus, ao chegar, e quase não consegui andar), e na chagada, fui a última a descer do ônibus, porque a bonita, que viajou de "nero" (aquela touca de meia-calça), ainda foi ajeitar o cabelo e calçar sua sandália de Drag Queen (porque, às cinco e meia da manhã ela tinha que chegar chegando na capital) sem se preocupar em levantar a poltrona. Eu realmente fiquei presa, encurralada, sem conseguir sair, até a hora que a "diva", já toda trabalhada na sedução, saiu e eu pude me movimentar.

Na volta, Deus teve piedade de mim e eu consegui vir sentada na poltrona da frente, com as pernas esticadas. Para a minha surpresa, ao penetrar no buzu, quem eu vejo sentada logo atrás de mim, com o "nero" na cabeça? Quem? Quem? Soltei aquela gargalhada por dentro e mirei rapidamente meu olhar fuzilante em sua direção. "Minha vingança será maligna", pensei. E foi. Foi só o motô dar partida e as luzes se apagarem que eu baixei minha poltrona até o máximo que pude. Eu nem gosto de viajar com ela toda deitada, mas, dessa vez, achei justo e necessário que o fizesse, afinal, uma vingancinha de leve até faz bem para a pele. Na hora, ela resmungou alguma coisa que eu não consegui entender (deve ter me xingado até a quinta geração). Cada resmungo era como uma música de Arnaldo Antunes para os meus ouvidos (amo Arnaldo). Mais tarde, senti as pernas da linda se debaterem atrás de mim. Nunca foi tão gostoso sentir minhas costas cutucadas durante uma viagem longa. E ela resmungava e eu, com meu fone de ouvido, fingia que nada estava acontecendo. Até que ela parou (as pernas devem ter ficado dormentes, como as minhas ficaram na ida).

Chegando a Paulo Afonso, esperei todo mundo descer, com a poltrona abaixada, para então eu descer. Só então a bonita conseguiu se mexer para, enfim, se produzir para ser recebida de volta pela cidade. E foi assim que meu dia começou.

Já de volta ao trabalho e morrendo de sono, eis o "lúqui do dia", para não morrer de tanto calor nessa cidade infernal. Ao menos o ar condicionado da repartição é bem frio. Uma delícia para quem sofre de sinusite.

Cabelinhos ao vento e vingança cumprida, fui!
Me sentindo a própria Paola Bracho de "A Ususpadora".
(clique na foto para ampliar)

(clique na foto para ampliar)

(clique na foto para ampliar)

(clique na foto para ampliar)

Um comentário:

  1. Adorei o look! Me lembrou o dia que vi a Thaila Ayala perambulando em sampa com sua saia longa chiquéééérrima, assim como a sua! E, assim como disse no texto, está "diva", já toda trabalhada na sedução.
    Bom trabalho!

    Cabelões ao vento!
    B-)



    ResponderExcluir